A vitória de Labieno sobre os parísios, em Lutécia, é outro exemplo de sua genialidade tática. Ao enviar cinco coortes rumo a Agedincum, e cruzar ele próprio o rio Sequana com suas três legiões, conseguiu fazer o inimigo pensar que ele havia dividido seu exército e estava cruzando o rio em três locais diferentes.12 O exército inimigo, então, se dividiu em três partes e foi atrás de Labiano; as legiões restantes então voltaram e cercaram o inimigo, massacrando-o com o auxílio da cavalaria.13
Em setembro de 51 a.C., César fez de Labieno governador da Gália Cisalpina.14
Deserção de César, aliança com Pompeu
Antes que César tomasse Roma, Labieno o abandonou na Gália e se juntou a Pompeu.15 Foi recebido efusivamente pelo lado pompeiano, trazendo 3.700 cavaleiros gauleses e germânicos consigo.
Para Dião Cássio, os motivos desta atitude não teriam sido nobres; Labieno havia adquirido riqueza e fama na Gália, e acreditava merecer cargo igual ou melhor que o de César.16 César, no entanto, não lhe dera um comando independente, e também não lhe apresentara perspectivas de um consulado, o que o deixou bastante ressentido pelo que viu como uma falta de reconhecimento, e ajudou a desenvolver um ódio muito forte por César,17 que fez com que eventualmente ele se voltasse contra o seu antigo general e se juntasse ao lado que o combatia.
Embora a maioria dos historiadores descreva esta atitude de Labieno com relação a César como pura e simples deserção, há quem justifique a sua motivação como possível fruto de sua convicção em apoiar um governo legítimo em sua luta contra um procônsul revolucionário que havia colocado sua própria dignitas acima do seu país.18